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  • Writer's pictureClau Gazel

A expo do verão 2013 em Paris: Chagall entre guerre et paix

Chagall entre guerre et paix, exposição que permanecerá até 21/07 no Musée du Luxembourg, é um dos programas culturais imperdíveis desta estação em Paris. Ou melhor, é “a” exposição do verão 2013! O pintor russo e judeu, nascido em 1887, morreu com quase 100 anos de idade (1985), atravessou uma revolução, duas guerras e conheceu as amarguras do exílio. Experiências que, sem dúvida, marcaram sua trajetória e influenciaram de maneira definitiva sua obra – complexa, única e incomparável à de seus contemporâneos – e estão muito bem representadas no Musée du Luxembourg. São aproximadamente 100 obras, entre elas, diversas são de coleções particulares, ou seja, uma oportunidade imperdível para vê-las!


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Organizada como uma verdadeira retrospectiva, a exposição está organizada em 4 fases: La Russie en temps de guerre,  L’entre-deux-guerre, L’exil aux États-Unis, L’aprés-guerre et Le retour en France.

Na primeira fase da exposição, dois lados antagônicos de uma época se fazem marcantes. De um lado, os produtivos e fundamentais primeiros anos vividos em Paris (1911 a 1914),  parte deles em um atelier no efervescente bairro de Montparnasse, onde o pintor se misturou à vanguarda francesa, convivendo  ao lado de escritores como Appolinari, Max Jacob e André Salmon e de pintores como Delaunay e Soutine. É exatamente neste época que Chagall começou a traduzir em suas telas as lembranças de seu país natal e a nostalgia e a saudades tornaram-se elementos fundamentais para sua produção artística. Seguido à sua estadia na França, o pintor encontrou a felicidade e a serenidade  ao lado de Bella – evidente em Bella e Ida à la Fenetre (1916), com quem o pintor se casou na Rússia, logo após retornar de Paris à sua terra natal, que também fora reproduzida com emoção.  E, concomitante à esta felicidade, a brutalidade da I Guerra Mundial também fora ilustrada pelo mestre.


Marc Chagall Bella et Ida a la fenetre

Bella e Ida à la Fenetre (1916)

Foi no período entre guerras – segunda fase da exposição – que Chagall se mudou para a Paris com a família. Ao chegar em seu atelier no La Ruche – edifício em Montparnasse que foi reduto de artistas – o pintor deparou-se com a triste realidade: um atelier completamente vazio e o desaparecimentos de suas obras. Chagall estreitou relações com Vollard e mergulhou no mundo da Bíblia. Aquarelas e telas sobre o tema preenchem uma sala inteira no Musée Luxembourg e tiram suspiros dos visitantes; são mesmo, impressionantes. Outro tema recorrente nas telas de Chagall passou a ser o sonho: imagens mesclam ficção e o real, chegando a ter algo de mágico e até mesmo surreal. É o caso de Le Rêve (1926), que faz parte da coleção permanente do MAM de Paris e participa desta exposição.


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Le Rêve (1926)

Com a II Guerra, o pintor se mudou para o sul do país, mas em 1941, após ter sido preso em Marseille, se viu obrigado a abandonar a França e, com Bella, se exilou nos EUA. Em NY Chagall continua sua produção artística e, mesmo distante das barbáries do holocausto, denuncia os horrores da guerra.  Suas telas são impregnadas de cores fortes e marcantes e de imagens trágicas e catastróficas. Cenas de crucificação tornaram-se comuns e denotam o sofrimento humano. Símbolos judaicos passaram a aparecem em praticamente todas as obras, como em L’Obsession (1943). Finda a Guerra, a morte de Bella foi um choque para Chagall e as homenagens à falecida esposa passaram a ser o tema predileto do pintor.


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L’Obsession (1943)


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À ma Femme (1933-1944)

Somente em 1949 se deu se retorno à França. Instalado no Sul, paisagens marítimas e a luz da região mediterrânea dão novas formas e cores às suas telas, já mais leves. Paris e seus grandes monumentos também foram retratados pelo pintor, como em Le Mosntre de Notre-Dame (1953) e La Concorde (rascunho de 1953), ambos pertencentes à colecionadores particulares e expostas nesta ocasião. Até sua morte, em 1985, Chagall trabalhou. Morreu e foi enterrado em Saint-Paul- de-Vence.

Anote: Musée du Luxembourg, 19, Rue de Vaugirard, metrô Saint-Suplice (linha 4);  até 21.07.2013; seg/dom. 10h/19h30 (sex e seg. até 22h e dom. até 20h); ingressos: 11 euros.

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