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  • Writer's pictureClau Gazel

Gauguin no Grand Palais: a história de um criador

Gauguin (1848/1903) é conhecido por suas telas de cores vibrantes, nas quais retratou o exotismo do oriente com seu pincel impregnado pela ferocidade do fauvismo.

O impressionista de outrora destacou-se do referido movimento para seguir seu instinto rumo à novas descobertas: a recusa em seguir à diante com a pintura estritamente pontilhista – à exemplo de seu mestre Pissarro – abriu à Gauguin as portas de um novo e infinito horizonte.


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La Ronde des petites bretonnes – 1888 (National Gallery of Art, Washington)

Foi justamente no seio de uma das colônias do impressionismo, a cidade de Port-Aven na Bretanha, que Gauguin começara a traçar seu novo caminho. Entre pinceis e desenhos, a cerâmica tomara lugar no atelier do pintor, que se transformou em um verdadeiro laboratório. Assim como pintores de diversas nacionalidades, Gauguin encantara-se com a multitude de paisagens terrestres e marítimas, a vegetação abundante e um certo exotismo do pequeno porto bretão. No Grand Palais (Sala 2), uma seção inteira é dedicada à este grande atelier do mestre, na qual ganha destaque a jardineira tida como o primeiro trabalho em cerâmica do artista.

O cenário expecional onde, segundo o artista, era possível entrar em contato com o verdadeiramente selvagem e primitivo, favoreceu seu processo criativo e, cada vez mais distante dos ditos academicismos da época, Gauguin passou a desenvolver um trabalho introspectivo e suas composições simbólicas impregnadas de significado moral tomaram o lugar dos objetos (Movimento denominado simbolismo).


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Dans les Vagues – Gauguin – 1889 (The Cleveland Museum of Art)

Novamente em busca de novas aventuras, como um verdadeiro explorador, Guaguin seguiu para a Polinésia Francesa em 1891. Embora chocado e decepcionado com as marcas deixadas pelo colonialismo ocidental, o artista não deixara de se nutrir pelas tradições do país. Face aos mitos, usos e costumes da população nativa, Gauguin criou livremente através da observação do dia-a-dia dos seus vizinhos indígenas, das frutas e legumes locais e das mulheres – tema de sua predileção. Sua obra retomou, no entanto, uma característica essencial, já encontrada na época em que vivera na Bretanha: muito do que Gauguin criou não fora baseado em uma realidade palpável, mas sim em uma visão ilusória respaldadda em crenças e na cultura ancestral do Tahiti. Desta época podemos obervar no Grand Palais (sala 5) objetos talhados como xícaras e potes e ainda pequenas estatuetas de inspiração Maori.


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Oviri – 1994 (RMN – Grand Palais)

Já ao final de sua vida, quando o tema parece ter sido exaurido, Gauguin tornou-se obcecado pelo caráter decorativo de suas obras, não deixando de lado, é claro, a fascinação pelas cores e a beleza que só ele vira no Tahiti.

Precisa de 3 ou mais motivos para ir à exposição?

1. A reprodução digital da casa do artista (Maison du Jouir) vai te colocar na pele do mesmo;

2. São mais de 200 obras, sendo 29 cerâmicas e 35 esculturas jamais antes reunidas;

3. Alguns vídeos exploram de perto as técnicas utilizadas por Gauguin. Não tem como não se interessar;

4. O batente original da porta de sua casa está ali, pertinho do visitante!

Anote: Grand Palais – 11/10/2017 a 22/01/2018 – 3, avenue du Général Eisenhower – 75008, metrô Champs-Élysées Clémenceau, 14 euros o ingresso.

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