Nu Couché – 1935 – Georges Braque
Começa amanhã no Grand Palais o que promete ser a grande exposição do outono deste ano em Paris: a retrospectiva completa da obra de Georges Braque (1882-1963), o pai do cubismo, que, ao lado de Picasso, fez tremer os salões de arte da cidade luz no início do Séc. XX.
Dividida por períodos que identificam diferentes fases artísticas em que o pintor esteve inserido, a exposição tem início nos anos 1906/1907, com telas de paisagens de Ceret e Estaque. Coloridas e cheias de luz, todas elas ainda fazem do pintor um fauvista.
Mas logo ao entrar na segunda sala, o expectador é convidado a mergulhar no cubismo, universo que Braque compartilhou e viveu intensamente ao lado de Picasso a partir de 1908. E não é demais lembrar que a importância de Braque para o referido movimento e para a arte do Séc. XX em geral, deve ser equiparada à de Picasso.
Ao longo de mais uma série de salas, o expectador acompanha a evolução e mutação do movimento cubista através da obra de Braque: a utilização de formas geométricas e a materialização do espaço através da exploração da perspectiva dão lugar à elementos que se dissolvem e se interpõe, as cores fortes dão espaço a cores mais claras e menos contrastantes e, então, colagens passam a aparecer nos quadros, ora acompanhadas de letras, e, mais adiante, dividem espaço com as texturas criadas por materiais como madeira e areia.
Temas como natureza morta, constantemente retratado pelo pintor, mitologia e os pássaros ganharam destaque na exposição. Os ateliers de Braque também figuravam entre os temas preferidos do pintor e, por isso, essas telas também ganham um espaço destacado na exposição.
Fotos – algumas delas feitas por Man Ray e Bresson, livros, poesias, cartões postais e cartas enviados ou recebidos por Braque ou seus amigos, e tantos outros elementos ajudam o visitante a compreender o contexto histórico, pontuando fatos importantes como, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial, em que o pintor esteve no fronte.
Entre as últimas obras expostas está a última tela que Braque pintou, encontrada em seu cavalete após sua morte, em 31.08.1963. Anote: Grand Palais – Galeries Nationales – 3, avenue du Général Eisenhower; de 18.09.2013 a 06.01.2014; dom/seg. 10h/20h (qua. até 22h); ingressos 12 euros. Dica: compre pela internet com horário marcado e não vai se arrepender.
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