O artista plástico brasileiro Guilherme Kramer expõe este final de semana em Paris. Quel bonheur!
Após uma longa estadia na Espanha, na escola Massana de Barcelona, e depois de se nutrir em fontes Europeias – do Louvre à Galerie Saint-Pierre em Paris, passando pelo cemitério de Montjuic e o Museu Picasso em Barcelona, no MUCEM em Marseille, ou ainda na longínqua Capadócia – o trabalho deste gênio decola, e nunca mais será o mesmo. Nem as ruas por onde ele passou, seja na Catalunha, em Lisboa ou em Arles.
Guilherme nasceu e cresceu com o gosto pelo desenho no sangue, algo instintivo como quem tem sede ou fome. Desde pequeno desenhava os amigos, o irmão, os amigos do irmão. Gente, gente, gente. Olhos grandes, olhos pequenos, olhos abertos, olhos cansados. Bocas, fechadas ou escancaradas, sorrindo ou não. Preto e branco ou colorido. Guilherme não é obsessivo simplesmente por rostos, nem pelo ato de desenhar em si. Sua obsessão vai além. A condição humana é o combustível para sua criação; a loucura da cidade grande, a solidão em meio à multidão, o isolamento, a nostalgia. Seu olhar atento traduz com crueza o mundo do qual ele faz parte. E da ponta do seu nanquim ou de seu pincel nasce o desenho. Guilherme desenha como respira.
Seja com inspiração na arte popular brasileira, na sofrida e espessa camada de tinta de Van Gogh, na crueza de Francis Bacon ou nas tortuosas linhas do expressionismo alemão, o trabalho de Guilherme Kramer será sempre único: sobre a tela ou o papel estão um pedaço da sua alma e de sua forma de ver o mundo.
Lucidez Cansada
Outros-Eus
I have a world of friends
Printemps
Detalhe de obra exposta na exposição Animal’s, em Paris: o animal que habita em nosso subconsciente.
Confira aqui o local de exposição coletiva Animal’s que acontece este final de semana em Paris: 7, 8 e 9 de fevereiro; 12, rue Servandoni – 75006;
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