Às vezes digo que Paris parece uma cidade de interior, mas nunca consigo me explicar muito bem. Hoje, terça-feira, 17 h, entro nas Arènes de Lutèce e me deparo com a seguinte cena: um grupo de 15 homens joga bocha. Não é um exemplo perfeito para ilustrar minha teoria de que em Paris a vida vai mais lenta e por vezes me lembra mais minha infância em Jaboticabal do que os últimos 15 anos corridos que passei em SP? Mas não é apenas uma questão de ritmo. Como pude observar nesses anos todos, as pessoas estabelecem com SP uma relação de amor e ódio: a cidade estressa e judia, mas eu preciso dela para comer bem, me divertir e enfim, estar por dentro de tudo. Sou prova viva disso. Em Paris parece ser diferente, bem diferente. A relação do habitante com a cidade é de amor e ponto. Por que ela, a cidade, recebe e dá em troca, proporcionando infinitas possibilidades de lazer. E aquele que sabe aproveitar – quase todos – usa sem dó o espaço público. Evidentemente, a questão envolve infinitos aspectos (segurança, transporte, etc) que sequer tenho conhecimento técnico para analisar. Aqui ficam apenas minhas impressões.
Um pouco de história: As ruínas das Arenas são do Século II. Totalmente soterrada, a imensa arena (são 15 mil lugares sentados) foi descoberta em 1869 quando da construção da Rue Monge. Hoje é um parque aberto ao público e funciona diariamente das 8:30/17h. No verão costuma ficar até mais tarde (21h, mas é preciso conferir). Metrô: Place Monge – linha 7.
Coberta de neve, em dezembro de 2010.
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