Auto-retrato – 1980
Robert Mappelthorpe (1946-1989) marca presença em Paris em dois grandes eventos: uma retrospectiva no Grand Palais e uma exposição no Musée Rodin, onde suas fotos são comparadas às esculturas do mestre (leia mais nest post).
No Grand Palais, mais de 250 imagens cobrem os seus menos de 20 anos de carreira como fotógrafo e desmistificam o personagem ainda pouco conhecido na França. Tendo vivido no final dos anos 60 no Chelsea Hotel em Manhattan ao lado de Patti Smith, seu nome é constantemente ligado ao universo underground dos E.UA. e, consequentemente, ao tudo que a ele está atrelado: consumo excessivo de drogas, falta de dinheiro, fome, instabilidade profissional. A época sem dúvida marcou sua obra e é indissociável de sua história, mas suas fotos não se limitam a desvendar este universo.
É bem verdade que o tema ganhou inclusive uma sala fechada no Grand Palais, digamos “proibida para menores”, onde são exibidas imagens que vão de relações sadomasoquistas à ereções. Ali, entre quatro paredes, alguns visitantes riem, outros torcem o nariz, alguns dão as costas. Mas há quem se aproxime das imagens, tentando compreendê-las, penetrá-las e até mesmo a responder a uma questão maior.
Qual seria então o fio condutor da obra de Mappelthorpe? Provocadoras ou não, todas as fotos carregam consigo o traço de fotógrafo inglês: a riqueza de detalhes. Eles estão nos corpos musculosos e bem torneados de Lisa Lyon e Ken Moody, nos retratos de flores, nos retratos de personalidades do mundo artístico ou político e nos órgão genitais de seus modelos. Foi nesta diversidade de temas que Mappelthorpe pode matar sua sede pelo novo e pelo desconhecido.
Anote: Grand Palais – Avenue du Général Eisenhower – 75008; de 26.03.2014 a 13.07.2014 – qua/seg. 10h/22h; dom e seg. até 20h; ingressos 12 euros; metrô Champs-Élysées Clemenceau/linhas 1 e 13.
Patti Smith – 1978
Leather crotch – 1980
Lisa Lyon – 1982
Auto-retrato – 1988
Embrace – 1982
Imagens: © Robert Mapplethorpe Foundation
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