Rubens, o grande pintor da corte europeia, acaba de ganhar uma exposição de destaque em Paris.
O Musée du Luxembourg presta uma homenagem não apenas ao grande pintor mas à grande rainha Maria de Médicis, responsável pela imensa rede de contatos que o pintor pôde desenvolver. Afinal, foi dentro deste palácio por ela idealizado que o grande Rubensrealizou telas monumentais de sua vida. Diversos retratos de MArie de Médicis podem ser admirados, alguns deles feitos na mesma época por rivais de Rubens.
Desde a sua primeira viagem à Itália em 1600, Rubens frequentou a realeza de diversos países europeus, entre eles Inglaterra, Bégica, Espanha e Holanda. Foi neste cenário que desenvolveu os retratos das corpulentas mulheres da corte e da realeza. Dentre elas, sem dúvida o grande destaque foi Marie de Médicis, imortalizada nos pincéis de Rubens, tendo o mesmo ganhado sua fama graças à ela.
Ao contrário de ínumeros de seus contemporâneos, Rubens não se limitou à experiência do retrato italiano e embora tenha aprendido diretamente com o grande mestre italiano Tician, decidiu ir adiante em sua carreira, estendendo-a à arte sacra, mitológica, alegória e histórica.
Ainda no início do Séc XVII o pintor trabalhou ao lado dos Habsbourgos na Holanda. Mais tarde foi convocado pela família real espanhola liderada por Filipe IV. Em Paris, foi através de Maria de Médicis que Rubens penetrou no seio da vida real realizando retratos de seus filhos, Luis XIII e Ana da Austria e das cerimônias de casamento de ambos. Neste ambiente o pintor exaltou a rainha através de retratos cada vez mais numerosos, exatando seu inquestionável poder e grandiosa influência. Por fim, uma vez que esta fora afastada do poder, Rubens abandonou de vez a França, retornando à Antuérpia e depois à Colônia.
Rubens foi de fato o maior responsável pela imagem positiva da família real francesa no início do Séc XVII. Em outras palavras e guardadas as devidas proporções e instrumentos mediáticos da época, Rubens fora nada mais do que uma ferramenta de marketing essencial e indispensável ao renome de Maria de Médicis.
A exposição chega ao fim com um magnífico auto-retrato, no qual num sorriso discreto se destaca dos lábios de Rubens, que parece satisfeito com seu percurso, ali destrinchado pelo Musée du Luxembourg.
Anote: Musée du Luxembourg; 19 rue de Vaugirard; 04/04/2017 à 14/01/2018; todos os dias 10h/19h (noturno sex. até 22h); ingressos 12 euros.
Comentarios