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Writer's pictureClau Gazel

VIAGENS DE CLAUDIA – Revista Elas e Lucros n. 08


Na primeira vez que fui para a Europa, não tinha um tostão para gastar em bobagens: curso de inglês de dois meses e mochilão nas costas por mais trinta e cinco dias me permitiram trazer na mala apenas uma blusa de lã do nepal, uma coletânea de quatro cds do The Clash e um anel de prata. Consciente dos meus limites, sem dúvida. Mas eu já tremia diante de uma vitrine. Sempre tremi, minha mãe é testemunha! A “rainha da tranqueira” sempre pronta a gastar até o último centavo.

Rumo à Europa pela segunda vez, achei que eu merecia me divertir um pouquinho. Então, com quase um ano de antecedência, comecei a comprar alguns euros periodicamente. Fiz a estimativa de custos de hospedagem, alimentação, locomoção e passeios turísticos. Determinei também o valor que eu gastaria em amenidades, futilidades, desejos e o que mais viesse pela frente. Cartão de crédito seria, definitivamente, carta fora do baralho, exceto em caso de emergência. Comprei cinco bolsas, uma dúzia de lenços, bijuterias, chás variados, tênis, blusinhas e outras coisinhas mais que não me lembro agora. Mas respeitei o meu limite! Após três semanas viajando (Praga, Cracóvia, Budapeste, Berlim, Amsterdam e Paris), voltei pra casa feliz da vida com minhas novidades na mala e, o que é melhor de tudo, sem fatura surpresa de cartão de crédito para vencer. E, acredite, voltei com dinheiro para o Brasil!

Mas, de lá pra cá, em quatro anos, em algum momento, em alguma curva, eu me perdi.

A minha listinha básica de compras continua existindo: sabonetes, óleo desembaraçante para o cabelo, shampoos, chás, lenços, bolsas, necessaires etc.

Só que o limite … ah, eu não mereço ter limites, não é mesmo? Afinal, eu trabalho tanto para quê? E também, quando eu vou voltar a este lugar? Quando terei a oportunidade de comprar isso?

São essas e outras frases que acabam proporcionando momentos únicos como, por exemplo, roer as unhas até o talo depois de comprar até escorredor de macarrão e lençol na Ikea de Praga.

Por isso, minha primeira (e mais importante) dica é: não importa o quanto você ganha, se é muito ou pouco, o que conta é o planejamento financeiro da viagem, dentro dos seus limites, é lógico. E quanto antes começa a se programar, mais chances de êxito você terá.

E aí vai a minha segunda dica: sabe aquele ímpeto de pensar no próximo destino enquanto ainda está curtindo o sol nas férias atuais? Não deixe que ele esfrie e, tão logo volte para casa e à sua rotina, comece a rascunhar sua planilha.

Terceira sugestão: pesquise preço de passagens e dê preferência às companhias com programa de milhagens. Para não fazer bobagens, leia sempre o regulamento do programa de milhagens. E guarde os extratos mensais impressos pois, caso você seja vítima de um racker e suas milhas simplesmente desapareçam você terá provas para pleitear a devolução pela companhia aérea.

Quarta sugestão: é aconselhável estabelecer uma verba diária para hospedagem. Pelo padrão de hotel que deseja ficar, dá para fazer uma boa estimativa através de sites de reservas. Se você vai viajar em várias pessoas, alugar apartamento é uma saída considerável.

Quinta sugestão: estabelecer verba diária para alimentação e passeios. Se você curte museus, teatros, óperas, musicais precisa saber ao menos as principais atrações que deseja visitar, pois isso consome boa parte da grana na viagem.

Sexta sugestão: lembre-se que carro encarece a viagem! Mas se quer alugar carro, que tal investir nisto e economizar em outra coisa?

Sétima sugestão: separe uma verba específica para desejos pessoais e amenidades. Se você é das minhas e pretender comprar desde lenços até edredons, passando por velas, casacos, pijamas, chocolates e torradeira (como é linda minha torradeira estampada que trouxe de Paris!), tem que ter uma verba pré-estabelecida para isso.

Oitava sugestão: estabelece penalidades para não estourar os gastos. Suponha que sua verba diária seja de 100 euros. Se num dia gastar apenas 80, os 20 restantes podem ir para um fundo com destinação específica. E se gastar 120 euros num dia, no dia seguinte sua verba cai para 80!

Nona sugestão: anote tudo. Isso será útil nesta e em outras viagens. E lembre-se: anotar todos os gastos não é coisa de pobre, mas de gente inteligente!

Décima e sugestão: deixe o cartão de crédito no cofre do hotel. Se você seguir todas as outras dicas, isso acontecerá naturalmente, porque você não precisará dele!


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