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  • Writer's pictureClau Gazel

Exposição de Bill Viola estreia no Grand Palais

Estreia amanhã em Paris o que se pode classificar como “A” retrospectiva da obra de uma das maiores figuras do universo da arte contemporânea, Bill Viola.

Bill Viola, após 3 meses de intensa preparação ao lado de sua esposa e braço direito Kira Perov, que o acompanha em sua carreira desde 1979, lançará no Grand Palais o que vai ser a maior exposição de seu trabalho na França. O desafio não era simples e os números dizem por si só: 30 telas, quase 40 horas de video e 40 anos de trabalho do artista americano.

Embora caiba a cada um interpretar à sua maneira a obra de Viola – nas palavras do artista esse é o grande e fascinante papel da arte, ela representa coisas invísiveis, que são os sentimentos causados em cada um dos expectadores – em todos eles se apresentam questões latentes, fundamentais e profundas, inerentes à condição humana: quem sou, onde estou e para onde vou.


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Tristan’s Ascension, 2005 – projeção vídeo colorido HD; 10 minutos e 16 segundos; performance de John Hay; foto Kira Perov.

Indagações em torno da vida, da morte, da transcedência, do tempo e do espaço permeiam o trabalho do artista, que busca referências místicas, filosóficas, poéticas e artísticas para construir cada um de seus videos. Evidentemente, todas as questões ali abordadas não encontrarão respostas na exposição em si; as imagens trazidas por Bill Viola tem apenas o intuito de provocar o expectador, causando emoções distintas no público. “A arte é um exercício espiritual” e, assim, a intrepetação e até mesmo as respostas à questões de tamanha complexidade serão personalizadas; cada um constrói suas respostas ou novas questões derivadas daquelas primeiras.

Até por isso as obras  não são acompanhadas de textos explicativos, mas apenas de nome e data de criação. “Nós não queremos explicar ao público como ele deve ver cada obra”, declara Bill Viola em entrevista ao comissário da exposição, Jérôme Neutres.

Obviamente que não é possível ao visitante assistir cada um dos vídeos de maneira integral; quase 40 horas de vídeo requerem uma semana de intensas visitas ao museu. Mas também não é este o intuito do artista. “A cada um de seguir seu próprio caminho e seu próprio ritmo. A experiência  pode durar várias horas, mas um expectador que dedicar 10 minutos a cada uma delas, terá uma experiência completamente diferente…. Diferente de um quadro ou uma foto, um vídeo é composto de milhares de planos e não os vemos duas vezes da mesma maneira. ”


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Firewoman, 2005 – Projeção vídeo colorido em HD; 11 minutos e 12 segundos; performance de Robin Bonaccorsi; foto de Kira Perov.

Logo, não há receita, nem roteiro pré-determinado. Vá ao Grand Palais, de mente e coração abertos. E assim, transitando pelas salas, perceberá o que cada uma das imagens pode causar em você. Algumas poderão lhe acompanhar para o resto da vida  e outras, passar totalmente despercebidas. Mas é o que tudo isso vier a causar ou transformar no seu íntimo,  o essencial na obra de Viola. Boa exposição.

Anote: Grand Palais – Avenue du Général Eisenhower – 75008; de 05.03.2014 a 21.07.2014 – qua/sáb. 10h/22h e dom/seg. 10h/20h; fechados em 1.05 e 14.07; ingressos 13 euros; metrô Champs-Élysées Clemenceau/linhas 1 e 13.

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