O SENA E OS PARISIENSES
Hoje o calor voltou com força em Paris. Pela primeira vez neste mês, usei um vestido e senti muita vontade de estar de sandálias. E sábado de sol só pode ter uma consequência: todo mundo nas ruas. Restaurantes lotados, disputa por mesas nas calçadas e congestionamentos – só que de pessoas, à pé, e não de carros. E descobri o que se passa com as pessoas em Paris em dias como esse. Fui tomada por uma vontade quase incontrolável de estar à beira do Sena. E passei de mera expectadora do alto de uma ponte – o que acontecera loga que cheguei aqui – para sentir o prazer de estar junto à ele, o Sena, num dia maravilhoso. Enquanto não vinha o pôr-do-sol, que parecia não ter pressa nenhuma de chegar, caminhei pela sua margem e testemunhei a relação dos parisienses, o Sena e o sol, em perfeita sintonia. Alguns adolescentes se amontoavam em algum canto para fumar o precoce cigarro. Amigos partilhavam a mesma garrafa de vinho, tomado diretamente do gargalo. Outros, namoravam. Havia quem buscava inspiração para a próxima obra de arte. Uns simplesmente conversavam e riam. E alguns dormiam – teve até quem levou seu próprio colchão. E percebi, feliz: agora, faço parte disso. Que bom. Dica: esse cantinho especial é a ponta da Ilha de Saint-Louis, que você pode chegar pela Pont de Sully e a pracinha que fica bem ali, no Boulevard Henri IV.
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