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  • Writer's pictureClau Gazel

Ile d’ Óleron: vá de bike


Não sei bem como cheguei a escolhê-la como destino para as férias. O fato é que ilhas me fascinam:  tem suas peculiaridades e, seu povo, um jeito especial de viver, relacionado ao mar e à natureza. Em Óleron encontrei isso e mais um pouco. E depois de uma semana, fui embora com dor no coração. E vontade de voltar.

Suas dimensões e localização: A île d’Oléron é a maior ilha da França depois da Córsega. Com 32 Km de comprimento e 10 Km de largura, tem apenas 8 cidades e natureza exuberante. Localizada no Atlântico, a pouco mais de 100 Km de La Rochelle, pertence ao departamento de Charente Maritime.

A natureza local: suas praias têm areia fina, bem diferente das praias do Mediterrâneo, e florestas preservadas que cobrem 12 % do seu território. São 100 Km de costa marítima, 2.900 hectares de florestas e um dos mais importantes manguezais do país, responsável pela diversificada fauna e também pelo cultivo de suas famosas ostras.

Seu charme especial: a ilha preserva algumas de suas charmosas vilas, com típicas casas de pescadores e pequenos portos, que dão o toque de autenticidade ao local. A possibilidade de se locomover para todos os cantos de bicicleta é outra coisa que fascina.

Quando ir: a ilha começa a receber turistas a partir de meados de abril, em especial na semana santa. Embora o tempo já esteja aberto, não faz calor suficiente para se largar na areia. Até mesmo porque o vento costuma ser forte, o que intensifica a sensação de frio.

Come chegar lá: a partir de Paris, é pegue o TGV até la Rochelle e, de lá, o trem até Rochefort. Desta estação se chega a Oleron de ônibus. No total são umas 6/7 horas de viagem. É preciso ficar bem atento porque fora da alta estação o ônibus não percorre a ilha de ponta-à-ponta (clique aqui e consulte a tabela de horários das linhas 6 e 6 express). Logo, dependendo do local em que vai se hospedar, será necessário um taxi. Ou então, na hipótese de ter alugado uma casa, a pessoa que for fazer o check-in pode te pegar no ponto de ônibus mais próximo. Isso foi o que aconteceu comigo. Depois, uma vez instalado, dá-lhe bike… até a coxa gritar para você parar!

Qual região da ilha escolher e onde se hospedar:  As cidades e vilarejos do norte da ilha (Saint-Pierre, Saint-George, La Brée e Saint-Denis) e, portanto, mais afastadas do contato com o continente, são mais típicas e infinitamente mais hospitaleiras. Comento cada uma delas abaixo. A hotelaria não é muito desenvolvida na região. Por isso, o melhor é escolher um B&B ou então, alugar uma casinha. E foi o que eu fiz. Pelo site oficial da ilha, encontrei uma charmosa casa de pescador, recentemente reformada e bem equipada. Cozinha perfeita e também uma churrasqueira portátil, ideal para aproveitar o melhor que Oleron oferece em frutos do mar.  Além disso, 3 magrelas estavam à disposição. Alguém precisa de algo mais? Eu não.


Como se locomover: A bicicleta é o meio de transporte preferido, já que a ilha é bem plana. E é possível percorrer seus 110 Km de ciclovias e cruzá-la de leste a oeste e de norte a Sul. A população local é categórica: respeite as ciclovias e nao ande nas rodovias principais de bike. Por isso, é essencial providenciar o mapa das ciclovias antes de começar a viagem. Você pode baixá-lo no site da ilha (acesse esta página e clique em Carte des pistes Cyclables de Ile d’Oleron). Destaque especial para as ciclovias SD1, SD2, SD3 e SD4 (Sai do Farol de Chaurrison e segue em direcão à La Micheliere – veja abaixo fotos e comentários sobre o Farol) e a que segue do porto de Douhet até Saint-Georges, passando pelo  Le Marais Salant, salinas responsáveis por grande parte da produção de sal na ilha (ver abaixo fotos e comentários sobre Le Douhet).

O que fazer: além de andar de bike, a ilha é um bom local para a pesca (à pé ou com vara – veja mais aqui) e a prática de esportes náuticos como surf, windsurf, kitesurf e stand up paddle. E comer ostras – as famosas ostras label rouge de Charente Maritime – lagostins (olha essa receita de lagostins flambados que fiz lá), mexilhões, camarões, peixes e o que mais tiver no mercado no dia.

Especialidades da gastronomia local: ostras, ostras e ostras. Outro produto típico da região é o Pineau, espécie de licor obtido a partir de suco de uva  cognac, que lembra um vinho do porto. Pode ser branco ou tinto. É um aperitivo e se toma antes das refeições para abrir o apetite. É forte e delicioso! A Viagem Certa adverte: se beber pineau, não pedale!

Uma característica especial da ilha: por toda parte estão espalhadas eclusas de peixes. Há registros de sua presença no Séc. XIV, mas desconfia-se que as eclusas são bem mais antigas. Construídas com pedras e em forma de ferradura,  constituíam instrumento para capturar os peixes, valendo-se dos movimentos das marés. Na França são encontradas apenas em Óleron e Ile de Ré e, na Espanha, na região da Andaluzia. Hoje constitui patrimônio histórico francês e a pesca nas eclusas é proibida. Foto abaixo obtida no site http://www.lepecheurresponsable.com.


Site oficial: Óleron tem um site de turismo ótimo e que vale à pena consultar. Acesse http://www.ile-oleron-marennes.com. Tem absolutamente todas as informações que você vai precisar, de hospedagem a restaurantes, horários dos mercados, lugares para as práticas de esporte, meteorologia e até tábua das marés.

Comento abaixo por cidades, vilas ou vilarejos

CHÉRAY – povoado pequenininho perto de Saint-George d’Óleron. Foi o local que escolhi pra me hospedar. Conserva muito de suas casas tradicionais. É um dos povoados que eu mais gostei.

Tem um mercado ótimo com frutos do mar frescos, açougue, legumes, verduras e frutas, vinhos, massas, temperos e queijos Durante a alta estação, funciona todos os dias até às 13h. Fora da estação, tem horário especial: abr/set. – ter/dom.; out/mar. – ter, qui, sáb e dom.


A ciclovia de Chéray até Saint-Georges pelo Bois de la Filasse é imperdível.


SAINT-GEORGES D’ÓLERON – Um pouco maior que Chéray, oferece 2 ou 3 opções de restaurantes (não me inspiraram muito, é verdade) e tem também um supermercado que nos abastecia. A praça da igreja, os cantos, becos e ruelas mercem ser explorados. A conhecer: a igreja a fachada do Château Fournier (impossível não reconhecê-lo; impomente, chama a atenção no centro da cidade. Hoje abriga um asilo).



DOMINO – Pequeno povoado pertencente à Saint- Georges. Tem um mercado que funciona todas as manhãs. Ao seu redor, há uma floresta que é possível atravessar à pé ou de bike (Route de Domino – Chéray/Domino).


LES SABLES VIGNIER – ali é possível se sentir no paraíso: praia de água clara e de um verde magnífico e algas de um vermelho intenso espalhadas na areia fina.




LA MENOUNIÈRE E LA BIROIRE – povoados típicos à beira-mar que mais me encantaram. Uma ótima parada para tomar fôlego para quem segue de bike para La Cotinière.

Eclusas de peixes na praia de La Biroire


LA COTINIÈRE – cidade de porto com diversos restaurantes à beira-mar, padarias, sorveterias e lojinhas de souvenirs. Na Avenue du Port há um mercado de peixes e frutos do mar; durante a alta estação, funciona todas as manhãs e algumas barracas voltam a abrir no período da tarde. É, sem dúvida, o lugar mais movimentado pelas bandas do norte.



LA BRÉE LES BAINS – É um dos povoados mais retirados da ilha e fica à beira-mar. Suas casas são bem típicas. Tem uma praia extensa e uma das mais frequentadas no verão. Tem o mais importante mangue da ilha (Marais Salant). O mercado local funciona todas as manhãs durante a alta estação e nos períodos de férias escolares. É uma ótima opção para um pineau antes do almoço.


LE DOUHET – um pequeno e charmoso porto com área de restaurantes e bares. Indico o Les Ecluses para um crepe ou aperitivo. Além do restaurante, tem uma casa de shows. De lá pegue a ciclovia que começa bem em frente ao restaurante e segue em meio ao Le Marais Salant até Saint-Georges.

SAINT-DENIS D’ÓLERON – Fica bem na porta norte da Ilha, um pouco antes do Farol de Chassiron. O porto de Saint-Denis é um ótimo lugar para almoçar ou tomar um aperitivo. A paisagem dali também é bem agradável. Como é um dos lugares que mais venta, suas praias são ótimas para a prática de esportes como windsurf. De lá é possível avistar a Ile de Ré e também a Ile d’Aix. Do porto é possível pegar a ciclovia em direção ao farol; são 5 ou 6 Km possivelmente contra o vento.



Farol de Chassiron – Ah, não. O lugar que mais venta não é no porto de Saint-Denis, mas sim no Farol! Localizado numa das pontas da ilha,  com 46 metros de altura o farol oferece vista estonteante após 224 degraus. Vale o esforço. A ciclovia que sai do farol e segue beirando o mar é um dos caminhos mais agradáveis para se percorrer de bike.








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