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  • Writer's pictureClau Gazel

Joséphine: história de sua paixão pelas flores, artes e decoração

A nova exposição do Musée du Luxembourg que estreiou hoje em Paris, Joséphine,  através da reunião inédita de quadros, documentos, louças, móveis e objetos pessoais como joias, vestimentas e acessórios, penetra na personalidade de uma das mulheres mais marcantes da história da França.

Ao contrário do que se pode imaginar, não foi apenas o casamento com Napoleão Bonaparte que fez da imperatriz Joséphine uma das personalidades de destaque do Séc. XIX. Com um percurso pouco óbvio, Marie Josèphe Rose Tascher de La Pagerie, nascida na Martinica em 1763, casou-se com o revolucionário Alexandre de Beauharnais, executado em 1794. Tendo escapado da condenação à guilhotina, ela conheceu o general Napoleão Bonaparte, com quem casou-se em 1796. Foi ele o responsável pela modificação de seu nome, já que o nome de nascimento daquela que se tornaria imperatriz da França em 1804 não agradava o general.


Josephine 1

Busto de Joséphine, Joseph Chinard – 1806/1808

“Artes e botânica serão minhas ocupações.” A declaração feita por Joséphine em carta enviada ao seu filho Eugene nunca mais pôde ser dissociada da imagem da imperatriz

Colecionadora de arte, Joséphine acumulou no Château de Malmaison, local onde viveu de meados de 1800 até sua morte em 1814, mais de 450 obras de arte, entre telas e esculturas. Para acomodá-las, a construção de uma galeria foi encomendada pela imperatriz aos arquitetos Percier e Fontaine. À frente do seu tempo e com gosto bastante peculiar e distinto do padrão preoconizado pelo Império, Joséphine adquiria obras de figuras femininas, de motivos florais, bem diferentes das cenas de guerras e conquistas, tão comuns na época. Em sua coleção também encontravam-se quadros de pintores suíços, como Wolfgang-Adam Töpffer (obras expostas: Le Rétablissement du culte – 1810 e L’Eremite du Valais – 1810, Musée d’Art e d’Histoire de Genève), e belgas.

Com sua morte, algumas obras foram divididas entre os filhos, outras vendidas e algumas, doadas. É o caso de 4 esculturas de Canova (Amour et Psyché debout, pertencente ao Ermitage, faz parte da exposição) e uma série de quadros, que passaram a pertencer ao tsar Alexandre I, amigo pessoal de Joséphine, que o recebia com frequência em Malmaison.


Josephine 3

Guido Cagnacci – La Petite Martyre (Musée Fabre, Montpellier)

A botânica era outra paixão de Joséphine. Além do encanto com a a beleza das flores e jardins, conta-se que ela era profunda conhecedora de diversas espécies, o que pode ser comprovado pelos escritos da imperatriz, nos quais ela fazia uso de termos técnicos. Em Malmaison, ela desenvolveu uma das mais importantes coleções de rosas da época. Além disso, para ilustrar as espécies que se desenvolviam em seus jardins, a imperatriz contratava o pintor Pierre Joseph Redouté, chamado “O Rafael das flores” (aquarelas em exposição: Oiellets, jacinthe et campanulle e Tulipes et roses, coleção Paul Mellon – Oak Spring Garden Library).

De uma elegância fora do comum,  Joséphine era extremamente ligada ao mundo da moda e da decoração de interiores. Bem assessorada, escolheu pessoalmente a decoração do Château Malmaison e de seu apartamento na Rue de la Victoire e não media esforços para ter tudo ao seu gosto; encomendava móveis sob medida, com desenho exclusivo e luxuoso. É o caso da poltrona com braços em formato de cisnes (design de Percier e Fontaine; foto abaixo), que está no Luxembourg nesta ocasião. Outros itens de mobiliários confeccionados por grandes nomes da época, como Jacob Freres e Martin Eloi Lignereaux, além de jogos de porcelanas de Sévres, também podem ser vistos de perto.


Josephine 2

O mesmo gosto pelo luxo  se traduz em eus vestidos, chales de cachemire e joias, todas confeccionadas sob medida e conforme o desejo de Joséphine. Diversas peças podem ser vistas na exposição, como tiaras, aneis e brincos de safiras e diamantes. Para se aprofundar ainda mais, acesse o site do Château Malmaison e pense em visitá-lo!

Anote: Musée du Luxembourg, 19, Rue de Vaugirard, metrô Saint-Suplice (linha 4);  sw 12.03.2014 até 29.06.2014; seg/dom. 10h/19h30 (seg. até 22h); ingressos: 11 euros.

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