A França é um paraíso para os ciclistas. São mais de 10.000 Km de ciclovias pelo país, das mais fáceis e planas às mais difíceis e íngremes. As informações de acesso, dispositivos de segurança, locação de bikes e tudo o que você precisa saber estão disponíveis em sites e guias especializados. O difícil mesmo é escolher qual das regiões visitar! Desta vez, peguei minha magrela e fui conhecer os Lagos de Champagne, dos quais jamais havia ouvido falar. não tem nada a ver com a região de Reims, conhecida pelas mais famosas Champagnes do mundo. Nos lagos, o lance é curtir a natureza do parque natural e a tranquilidade de uma boa e longa pedalada.
1. Por que Champagne? Algumas coisas foram primordiais para a decisão do destino: distância de Paris (algo perto e possível de ser feito em um final de semana); possibilidade de chegar ao local de trem, levando a magrela, lógico; e a meteorologia. Hesitando entre Borgonha e Champagne durante semana toda, na sexta-feira a meteorologia não deixou mais dúvidas: Les Lacs de Champagne.
2. Como chegar lá: A partir de Paris é possível chegar a Troyes (170 Km) de trem. Ele sai da Gare de L’Est e o trajeto demora 1h30. As passagens custam em torno de 20 euros o trecho.
3. Duração do trajeto: saindo do centro de Troyes com destino à Dienville, você andará aprox. 47 Km, passando pela região dos lagos. O ideal é fazem em dois dias: uma para a ida e outro para a volta. Para os mais empolgados, dá para ir até a região de Dolancourt (some mais 14 km).
4. A ciclovia: super conservada bem sinalizada, a pista é de nível fácil, sem subidas nem grandes aventuras. Ele é praticamente toda asfaltada e reservada, ou seja, em apenas poucos trechos é preciso dividir espaço com outros veículos. A única coisa que pode pesar é a distância e, dependendo do dia, o vento. Atenção: ela começa depois de Saint-Julien-les-Villas e dentro de Troyes não há muitas indicações: dentro da cidade de Troyes, pegar o Quai Comte-Henri que margeia o Canal do Haute-Seine; pegar o Boulevard Jules -Guesde; pegar a ciclovia e depois a D 21. Munido de um GPS tudo ficará mais fácil neste início de percurso. Depois, pode guardá-lo no bolso e esquecê-lo.
5. O que ver na região: São três lagos: Lac d’Orient, Lac du Temple e Lac Amance, localizados dentro do Parc Naturel Régional de la Forêt d’Orient (site oficial: Grands Lacs de Champagne et Forêt d’Orient).
6. Etapas da pedalada: Num primeiro momento, a pista sai de Troyes e beira o Canal de la Morge. Essa é a região mais frequentada no trajeto; sendo bem próxima da cidade, famílias inteiras vem passear por ali, seja de bike, patins ou mesmo a pé. Pouco antes de começar adentrar o parque, é possível fazer uma parada da cidade de Lusigny-sur-Barse. É na entrada desta cidade que fica uma escultura em aço, um enorme arco sobre o Canal de la Morge (artista; Klaus Rinke). Você já terá percorrido aproximadamente 21 Km. Se a ideia é almoçar, ou tomar um lanche, fique atento aos horários: a cidade é pequena e tudo fecha durante a tarde.
A partir dali, a ciclovia segue beirando o Lac d’Orient, ali se praticam esportes com vela e mergulho e tem até uma praia (perto da cidade de Géraudot). Também é nessa região que se encontra a reserva ornitológica: não é raro ver o pessoal equipadíssimo observando os pássaros. Até por isso, vale a pena levar binóculos. A praia fica entre os dois lagos – d’Orient e du Temple – e, para quem estiver verdadeiramente preparado, é um local ideal para o piquenique, com sombra, mesas e um ótimo gramado. Com uma canga e tempo bom, dá até para tomar sol! (3o Km até aqui).
Em seguida, o caminho beira o Lac du Temple, bastante frequentado para prática de pesca e canoagem. As paisagens ao redor são bucólicas: fazendas com seus enormes galpões de estocagem de palha, campos de girassóis, criações de gado. (46 Km percorridos até o fim deste segundo lago). Na última etapa, a pista beira o Lac Amance e chega até o porto de Dienville. Repleto de atividades náuticas, este porto destinado única e exclusivamente ao laser, agita a região. Para quem não pretende fazer os 47 Km de volta no mesmo dia, é a hora da merecida cervejinha à beira do lago.
7. Onde dormir: bem perto dos lagos não há muitas opções. O melhor é procurar num dos hotéis sugeridos pelo guia da região. O principal é prestar atenção da localização e organizar a viagem segundo a quilometragem que quer rodar. Me hospedei um pouco mais longe, em Dolancourt, no Hôtel Moulin du Landion. Nada excepcional como hotel, mas confortável e com um bom restaurante. Afinal, após 60 Km o que precisamos é de banho quente, boa – e farta – comida e uma cama!
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