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  • Writer's pictureClau Gazel

Não deixe o Canal Saint-Martin morrer: meu manifesto após o 13 de novembro de 2015

Embora a construção do Canal date da época de Napoleão, sua revigoração é recente. Bairro de imigrantes, verdadeiramente miscigenado e casa de duas importantes estações de trem (Gare du Norde e de L’Est), foi apenas em meados de 2009/2010 que ele recebeu bares, restaurantes e lojas. Se modernizou. Os preços do aluguel subiram. Há quem o acuse até de ser ponto de encontro de “bobos” (bourgeois bohéme). Pouco importa. Cada um chame ou classifique como quiser.



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O fato é que ele é um bairro cheio de VIDA, com ritmo e atmosfera próprios. Um lugar de gente que sorri e que joga os pés nas águas do canal durante o verão. Que fuma, bebe e come ali, sentado na calçada e pendurado em suas bordas. Que anda de skate. Que picha e faz arte. Que canta e dança. Que se acotovela no balcão dos bares para pedir um “pinte” de cerveja. No Chez Prune e no Le Cinquente. No Carillon não mais. Que faz fila para comer o hambúrguer japonês no Siseng. Que se aperta nas mesas coletivas do Le Petit Camboge. Ou melhor, se apertava.

Sabe-se lá o que acontecerá com esta mítica esquina, encontro das ruas Bichat, Alibert e Marie Louise. Eu espero do fundo do meu coração que, ao lado luto que jamais se apagará, cresça e vença a resistência à intolerância. Espero ainda poder amarrar minha bicicleta neste canto tão frequentado, sorrir e beber até altas horas. Quero ouvir a música e o burburinho do Carillon outra vez, ver os garçons dançarem. Quero ouvir de novo um apressado “nous sommes complets” no Le Petit Cambodge. Não apenas por tudo o que pessoalmente eu já vivi ali, mas muito mais pelo que isso representa para mim e para tantos parisienses natos ou adotados. Uma França aberta, livre, mista e sem preconceitos. Porque rir, ouvir música, beber e sair é ser livre. E a França é, por excelência, o país da liberdade.

Abaixo publico uma lista de todos os endereços que adoro no Canal. Essa é minha homenagem às vítimas dos atentados do Carillon e do Le Petit Cambodge. E também a forma que encontrei para me dirigir aos meus milhares de leitores com um pedido cheio de emoção: não deixe o Canal Saint-Martin morrer!

Bares

Chez Prune – bar com decoração vintage e público descolado. Está sempre lotado, mas, seja na calçada, dentro ou até mesmo encostado no balcão, sempre tem lugar para mais um. Vinho, cerveja ou caipirinha, não importa. O que interessa é beber e conversar. Se cosneguir um lugar no balcão, melhor ainda: ali o chopp pequeno custa 2 euros e o grande, ! À noite servem tábuas de frios e queijos. 36, rue Beaurepaire;  seg/dom.10h/01h.

La Patache – misto de bar e restaurante que vive lotado. Escurinho, tem clima de pub. São dois estabelecimentos, um ao lado do outro. 60, rue de Lancry; ter/dom. 19h/2h.

Le Cinquante – simpático bar com atendimento um pouco caótico, mas clima legal e público descontraído. Os drinks são bem feitos e as tábuas de frios, deliciosas. 50, rue de Lancry; tel. + 33 1 ; ter/dom. 18h/2h.

Le Carillon – delícia de bar descontraído. Foi vítima dos ataques de 13 de novembro. Mantenho o endereço aqui, esperando poder voltar a frequentá-lo. 18, rue Alibert; seg/dom. 12h/23h.

Bistrôs, cafés e restaurantes


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Bobun do Le Petit Cambodge: o endereço fica aqui, na esperança de podermos superar o que houve com muitos bobuns!

Le Petit Cambodge – um pouco mais afastado do canal e bem próximo ao Hospital Saint-Louis, este restaurante cambojano não fecha nunca, é barato e a comida é uma delícia. Dica: Bobun com legumes e camarões (espécie de salada de macarrão fininho, com tempero azedinho, acompanhado de carmarão e legumes). 20, rue Alibert; seg/dom. 12h/23h.

Philou – bistrô que só trabalha com ingredientes frescos – percebe-se na hora – e cardápio do dia, com opções de menu  a partir de 25 euros. O clima é super descontraído e a comida muito bem preparada, com toque moderno. Se tiver sorte, prove a raia na manteiga. 12, avenue Richerand; tel. + 33 1 42 38 00 13; ter/sab. 12h/15h e 20h/23h.

Chez Marie et Louise – bistrô francês típico e familiar, que trabalha com apenas 3 ou 4 opções diárias no cardápio. Prove os raviolis de Saint-Jacques na manteiga com limão, especialidade da casa. 11, rue Marie et Louise; tel.: + 33 1 53 19 02 04; seg/sex. 12h/14h30 e 19h30/22h30; aprox. 40 euros/pessoa.

Lulu la Nantaise – especialista em crepes, que são servidos no prato, com massa super crocante e diversas opções de recheio. Bem pertinho do canal, não fecha nunca. 67, rue de Lancry; ter/dom. 12h/23h.

Le Verre Volé – típico e bem conhecido, com boa comida de bistrô e carta de vinho bastante variada. Trabalha apenas com pratos do dia. 67, rue de Lancry; tel. + 33 1 48 03 17 34; seg/dom. 12h/14h30 e 19h/22h30.

Chambre aux Oiseaux – um lugar especial para tomar chá com bolo ou se deliciar no brunch do domingo. Com decoração retrô e aconchegante, é para se sentir em casa. 48, rue Bichat; tel. + 33 1 40 18 98 49; qua/dom. 10h/18h.

Hôtel du Nord – com ótima comida, cardápio diversificado e ambiente super agradável, esse restaurante também é legal para um simples aperitivo na calçada, se você conseguir uma das poucas e disputadas mesas ao sol, lógico! No jantar, o ambiente à luz de velas é super aconchegante.  Dica: mil folhas de atum selado. 102, Quai de Jemmapes; 01 40 40 78 78; seg/dom.  12/15h e 20/24h (restaurante) e 9h/1h30 (café); almoço menu a aprox. 20 euros; à la carte aprox. 40 euros por pessoa.

L’Atmosphère –  cozinha simples e de qualidade. O cardápio também traz opções apetitosas e bem servidas como o filé com tagliateli em molho de foie gras e steak tartare. Dica: tem chop geladinho. 49, Rue Lucien Sampaix; 01 40 38 09 21; seg/dom para almoço e jantar; aprox. 20 euros por pessoa.

Madame Shawn – restaurante Thai  delicioso, com cardápio variado e preços bem acessíveis. Dica: Pad Thai Kung Sod – macarrão de arroz com legumes “crocantes” e camarões em ponto perfeito. 03, rue des Récollets; 01 42  38 07 37; seg/dom 12h/15h e 19h30/23h; aprox. 20 euros por pessoa.

Pink Flamingo – sente-se à beira do canal e, tomando seu vinho, espere sua pizza chegar. Basta ir até a pizzaria a pouco mais de 100 metros do canal, escolher sua pizza e deixar pago. Você receberá uma bexiga pink, nada discreta, como prova do seu pedido. Fique no canal com a bexiga à vista e o seu pedido será entregue! A pizza está longe de ser uma iguaria, mas, vale pelo programa! No cardápio tem cerveja artesanal. 67, rue Bichat; 01 42 02 31 70; ter/dom 19h/15h e 19h/23h; pizzas 10 a 16 euros.

Siseng – hambúrguer asiático cuja receita única faz dele uma categoria à parte. 86, quai des Jemmapes; ter/dom. 12h/23h  e até 2h da matina às sextas e sábados (non stop!); aprox. 20/25 euros por pessoa (menu hambúrguer + fritas – 15 euros; porções a partir de 7 euros; coquetéis a partir de 9 euros).

Lojas

Antoine et Lili –  loja francesa de decoração e roupas. Cores, cores e mais cores, em especial nos divertidos artigos de decoração kitsch. 95, Quai de Valmy; 01 40 37 34 86; não divulga horário de funcionamento.

Des Petits Hauts – roupas desenhadas por uma das fundadoras da marca, criada em 2000, e bijoux de jovens designers. Tudo é delicado e tem jeitinho de parisiense.  21, rue Beaurepaire; tel. + 33 1 40 40 95 47; seg. 11h/19h30; ter/sáb. 10h30/19h30 e dom. 14h/19h30.

Bazar Therapy – se decoração é o seu ponto fraco, nem entre. Só itens atuais, cheios de cores e estampas. 15, rue Beaurepaire; ter/sáb. 11h/19h30 e dom. 14h/19h30.

Idéco Store – sabe essas tranqueirinhas de viagem que a gente adora? Lá você encontra! Sacolas, copos, canecas e outras coisas fofas para você, sua casa e os pequenos! 19, rue Beaurepaire; ter/dom. 11h/19h.

Héroines – vestidos, sapatos e acessórios com ar totalmente vintage, super coloridos. 17, rue Beaurepaire; seg/dom. 11h/20h.

Objet Céleste – nada é escolhido ao azar. Destaque para as bolsas de Sandrine Colin e as esculturas de Isabelle Bonte. 34, rue Bichat; tel. + 33 1 53 19 04 64; qua/sáb. 11h/19h e dom. 11h/18h Pop Market – objetos divertidos de decoração, masking tapes, sacolas ecológicas, fivelas e brinquedos. 50, rue Bichat; tel. +33 9 52 79 96 86; ter/sex. 11h15h e 16h/19h30, sab. 11h/19h30 e dom. 15h/19h.

Bensimon – loja francesa de roupas confortáveis e coloridas. Conhecida pelos tênis tipo Conga que são uma febre por aqui. Dá vontade de ter um de cada cor! 83, quai de Valmy; ter/sáb. 10h30/19h e dom. 13h/19h.

Livrarias e música

Artazart Design Bookstore – livraria incrível com livros de fotos, design, street art, origami e mais. Dá para passar uma tarde. 83, Quai de Valmy; 01 40 40 24 03; seg/sex 10h30/19h30; sáb 11/20h e dom 14h/20h.

Le Potemkine – especializada em DVDs, é o paraíso para cinéfilos. 30, rue Beaurepaire; tel. + 33 1 40 18 01 81; seg. 11h/19h; ter/sáb. 11h/20h; dom. 14h30/19h.

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