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  • Writer's pictureClau Gazel

Raymond Depardon: cores e vida em forma de fotografia

“Eu não sabia que eu era um fotógrafo da cor. Mas ela sempre esteve lá, desde o início”, declarou Depardon, fotógrafo ligado à agência Magnum que aos 71 anos de idade expõe 160 fotografias a partir de amanhã, 14.11.2013, no Grand Palais. E são essas cores, ora vibrantes, ora suaves, que você poderá conferir na exposição.

Depardon, nascido no interior da França, começou cedo. As primeiras foram fotos de família, sobretudo de sua mãe, e da fazenda onde viveu, todas elas tiradas com uma câmera de seu irmão.

Aos 16 anos se mudou para Paris, onde começou a trabalhar com foto reportagem. No final dos anos 50 seguiu para a África, que ofereci um amplo terreno a ser explorado. Depois, nos anos 70 Depardon visitou o Chile de Salvador Allende e a luta pela sobrevivência dos índios mapuches. Também viu de perto a guerra cível no Líbano, mas é ali que decidiu fotografar o entorno da guerra, suas consequências, e não o embate propriamente dito. Não há fotos de soldados, nem de explosões. Há fotos de civis, de casas destroçadas, de lugares abandonados, de pobreza e de sofrimento. Mas há também foto de uma família que se prepara para um casamento cristão e de um salão de cabelereiro em pleno funcionamento, ou seja, de uma vida que persiste durante a guerra em um país completamente dividido pelas questões religiosas.

Nos anos 80 seguiu para Glagow para um trabalho a pedido do Sunday Times e se deparou com a luz do norte, com a qual se encantou. Crianças que brincam nas ruas, chaminés de fábricas e a cidade se revela através de sua câmera.

Nos anos 2000 o fotógrafo visitou a Etiópia, o Hawai e diversos países da América do Sul, como Bolívia, Chile e Argentina. As cores fores predominan nessas imagens, que, por outro lado, exprimem uma nova busca de Depardon pela doçura do real, da simplicidade da vida e do cotidiano: a luz do sol da tarde que ilumina uma cadeira colorida na cozinha, o bar do bairro, uma esquina, os vizinhos.

É essa a retrospectiva traçada pela exposição, na qual a presença das cores é marcante, irrefutável e reveladora.


Depardon 1

Van Tao – Vitnam – 1972


Depardon 2

Glasgow – 1980


Depardon 3

Etiópia – 2013


Depardon 4

Honolulu – 2013

Anote: Raymond Depardon – Um Moment si doux; Grand Palais; Av. Winston-Churchill; metrô Champs-Élysées Clemenceau (linha 1); de 14.11.2013 a 10.02.2014; qua/seg. 10h/20h; qua. até 22h.

Fotos: Raymond Depardon/Magnum Photos

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