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  • Writer's pictureClau Gazel

Paris por outros ângulos: programas para fugir dos clichês turísticos

Por mais que você já conheça Paris, quando você pisa na cidade luz tem um impulso de fazer as mesmas coisas, tudo de novo? Os mesmos museus, jardins, praças e bairros, como se houvesse uma lista obrigatória a cumprir? Selecionei algumas dicas para ajudar você a fugir dos “clichês turísticos” e descobrir que Paris é muito maior e diferente do que imagina!

Programas culturais

Ao invés do Louvre, visite o Grand Palais  – O Louvre é o Louvre e não tenho qualquer pretensão de reduzir sua importância. Mas que tal mudar os ares e curtir as diversas salas de exposição do Grand Palais? O grandioso palácio projetado para abrigar a Exposição Universal de 1900 foi construído em tempo recorde: menos de 3 anos. A gigantesca estrutura em vidro, pedra e aço prometia mudar de vez a cara da capital francesa. E o fez. Inaugurado com a grande exposição, passou por maus momentos e, em 1993 sua grande nave foi fechada por conta da queda de um pedaço do teto em estado de má-conservação. Durante praticamente todo o primeiro decênio dos anos 2000 esteve fechado em razão dos trabalhos de melhoria na fundação e na estrutura metálica e de restauração da fachada. Hoje abriga 3 lugares de exposições e oferece intensa programação cultural: Nef (a Nave); Galeries Nationales du Grand Palais e Le Palais de la Decouverte. Para a temporada de inverno 2013/2014 os grande sucesso é a exposição de Georges Braque. Para chegar lá: Nef du Grand Palais -Avenue Winston-Churchill, Galeries Nationales – 3, Avenue du Général-Eisenhower, Palais de la découverte – Avenue Franklin-D.-Roosevelt; metrôs Champs Élysées – Clemenceau (linhas 1 e 13) e Franklin Roosevelt (linhas 1 e 9).

Ao invés do Centre Georges Pompidou, conheça a Le 104 –  o Pompidou é a meca da arte moderna e contemporânea em Paris e abriga uma das mais importantes coleções do gênero no mundo. Lá, as artes plásticas convivem com o teatro, a música, o cinema e os livros. Igualmente comprometida com a criação contemporânea é a 104, instalada num edifício que durante o período de 1905 a 1997 foi a sede do serviço funerário municipal. Durante os anos de plena atividade, de lá partiram mais de 27 mil veículos funerários por ano. O encerramento definitivo das atividades do serviço funerário municipal se deu em 1998. Em 2001 o então Prefeito de Paris, Bertrand Delanoë, lança o projeto para restauração e reabilitação do local. Em 2008  foi inaugurado o moderno e inovador espaço voltado à criação e produção artísticas, sempre de olho nos jovens talentos. Exposições, peças de teatro, shows e até uma feira semanal de produtos orgânicos (todos os sábados à partir das 11h) acontece ali. Um café e um restaurante também te acolhem na 104. Para chegar lá: 104, Rue d’Aubervilliers e 5, Rue Curial; ter/sex. – 12h/19h e sáb/dom. – 11/19h;  metrô Crimée (linha 7).


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Ao invés da Torre Eiffel, visite o Parc de Belleville  – A vista de Paris a partir da Torre Eiffel é de fato imperdível. Mas se existe outro lugar cuja vista é estonteante é o Parc de Belleville. Localizado no 20º arrondissement, o parque fica afastado do centro e está numa região alta da cidade, próximo à Montmartre. E sabe o que você enxerga muito bem de lá? A Torre Eiffel, num ângulo totalmente inusitado! Para chegar lá: 47, Rue de Couronnes, acesso também pela Rue Piat, Rue Julien-Lacroix, Rue Jouye-Rouve; das 8h (durante a semana) ou 9h (fins-de-semana e feriados) às 21h30 durante o verão; metrôs Couronnes (linha 2), Pyrénées (minha 11) ou Belleville (linhas 2 e 11).


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Ao invés do Musée D’Orsay, visite o L’Orangerie – O Museu D’Orsay possui uma coleção permanente das mais admiráveis da cidade, com destaque para a ala das obras impressionistas. Já o L’Orangerie é bem mais enxuto, porém não menos importante. Especialmente pela série as Nymphéas, que Monet pintou em Giverny. Em duas salas ovais enormes, iluminadas pela luz do dia, estão expostas as telas em tamanho gigante, que dão a nítida impressão de se estar dentro dos jardins que tanto inspiraram o pintor. Além disso,  Rousseau, Modigliani, Laurencin, Matisse, Picasso, Derain, Utrillo e Soutine. Grandes obras, num espaço organizado, sem empura-empurra, já que a fila anda conforme as pessoas vão saindo do Museu, evitando aglomeração e tornando a visita mais agradável. Para chegar lá: qua/seg – 9/18h; Jardins des Tulleries (bem próximo ao Obelisco); estação de metrô Concorde (linha 1).

Ao invés da Notre-Dame, visite a Saint-Sulpice – as misteriosas torres e gárgulas da catedral gótica que levou mais de 170 anos para ser construída atraem mais e mais turistas; a Notre-Dame é um dos pontos mais visitados da cidade. A Saint-Sulpice, por sua vez, tem arquitetura bem mais simples e é menos imponente. No entanto, esconde em suas paredes um tesouro: 3 murais gigantes pintados no local por Eugène Delacroix, que morou a poucas quadras dali. Para chegar lá: Place Saint Sulpice; seg/dom. 7h30/19h30; metrô Saint-Sulpice (linha 4).


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Jardins, parques e passeios ao ar livre

Ao invés de Montmartre, descubra o 13º arrondissement – Montmartre não é conhecida e amada apenas pela Sacre-Coeur; suas ruelas, passagens, vilas e casinhas que nos fazem voltar no tempo são mesmo encantadoras. O 13º arrodissement tem um pouco disso tudo, mas com uma vantagem: conseguiu conservar um pouco de paz e silêncio, dando ao local aquele ar de cidade do interior. Sugestão de roteiro (metrô Corvisart – linha 6): Rue de la Butte aux Cailles, Rue Cinque Diamants, Passage Barrault, Passage Boiton, Rue de l’Esperance, Rue Dieulafoy, Rue du Moulin de Prés, Rue du Dr Leray, Square des Peupliers, La Cité Florale – Rue des Glycines, Rue des Orchidées, Rue des Lizeron.


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Ao invés de Tuileries, caminhe pelo Jardin des Plantes – localizado à margem do Sena oposta ao Jardin des Tuleries, o Jardin des Plantes tem mais de 400 anos e constitui uma herança deixada por Luiz XIII, a pedido de quem em 1635 foi criado no local um jardim de plantas medicinais. Hoje com aproximadamente 23 hectares ele abriga milhares de espécies vegetais catalogadas destinadas à pesquisa científica. Além de caminhar em suas alamedas cobertas de sombras, o parque lhe oferece outras opções de passeio: A Menagerie (Zoológico), a Galerie de Paleonthologie e a Grande Galerie de l’Evolution. Para chegar lá: 36, Rue Geoffroy Saint Hilaire; seg/dom. – 7h30/19h45 durante o verão; metrôs Jussieu (linhas 7 e 10) e Austerlitz (linhas 5 e 10).


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Ao invés dos Jardins de Luxembourg, visite o Parc des Buttes-Chaumont – O Parc des Buttes-Chaumont, com seus quase 25 hectares, é um dos maiores de Paris. E um dos mais bonitos. Localizado no 19º arrondissement, a construção do parque no local de uma antiga pedreira fez parte do plano de reurbanização de Paris elaborado pelo Barão Haussmann e foi inaugurado em 1867, ainda sob o reinado de Napoleão III. Na parte baixa e central do parque fica o lago, com a pequena ilha de Belvédere, uma passarela suspensa e uma ponte. A partir do “Temple de la Sibylle”, espécie de quiosque localizado na ilha, se tem uma vista interessante da cidade. E tem espaço de sobra para fazer piquenique e tomar sol. Para chegar lá: Rue Manin, Rue de Crimée, Rue Botzaris ou Rue Simon-Bolivar; seg/dom. – 7/22h no verão; metrôs Butte-Chaumont (linha 7 bis), Pyrénées (linha 11) ou Laumière (linha 5).


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Ao invés do Marais, curta o Canal Saint-Martin e Oberkampf – o agitado bairro do Marais já foi conhecido como uma das regiões mais descoladas da cidade. Mas não é mais. A região mais “branché” de Paris atualmente é o Canal Saint-Martin. Foi ao redor dele que os parisienses criaram um jeito especial de viver, de respirar Paris. O “quartier” nunca esteve tão na moda. Restaurantes, bares, lojas, hotel boutique e até uma pizzaria que entrega pizza à beira do canal. E na Rue Oberkampf, perto dali, não faltam bares e restaurantes. Para chegar lá: metrôs Oberkampf (linha 5) e Jacques Bonsergent (linhas 5 e 9).


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Ao invés de cruzeiro no Sena, vá aos Peniches na margem esquerda do rio – bem em frente à biblioteca Mitterrand (Bibliothèque Nationale de France), e afastado do burburinho do centro, há  vários peniches (barcos que funcionam como bares) que ficam lotados. A maioria deles tem música e alguns tem até DJ. Um clima perfeito para apreciar o Sena e a Passerelle Simone de Beauvoir. E um segredinho: é cheio de franceses! (veja mais aqui, neste guia de bares). Para chegar lá: Quai François Mauriac; funcionamento apenas na primavera e no verão; metrô Quai de la Gare (linha 6).


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Para compras

Ao invés das Galeries Lafayette, explore o Le Bon Marché – mundialmente conhecida, a Lafayette é reduto de turistas. Tem todas as marcas possíveis e imagináveis, especialmente as consideradas de luxo. Até uma pequena Zara tem lá dentro! Mas é insuportável de tão cheia. O Le Bon Marché talvez  não seja tão completo, mais é bem mais vazio e infinitamente mais civilizado, tornando as compras bem mais agradáveis. Além disso, a livraria/papelaria é o máximo e o setor de armarinhos, completo e tem coisas lindíssimas. O andar de casa e decoração também é fantástico: dá vontade de morar lá, cozinhar naquelas panelas, dormir naqueles lençóis! Para chegar lá: 24, Rue des Sevres, seg/qua. e sáb. – 10/20h e qui/sex. – 10/21h; estação de metrô Sevres-Babylone (linhas 10 e 12).

Ao invés da Champs Elysées e Rivoli, bata pernas na Rue de Rennes e em Saint-Germain – Por mais que se queira acreditar no contrário, há tempos a Champs-Elysées não tem o glamour que um dia já teve. Exceto pelo restaurante Fouquet, a avenida é um reduto de cadeias de lojas e fast food. Nada contra. Mas para fazer compras nas populares Zara e H&M, é possível optar por lugares mais tranquilos, como a Rue de Rennes e adjacências. Você pode percorre-la desde Montparnasse até o Boulevard Saint-Germain, e ainda dar um pulinho nas charmosas boutiques da Rue Bonaparte, Rue Vieux Colombier e Rue Saint-Sulpice. Se o seu negocio é a Louis Vuiton – friso que não é o meu – não se preocupe: na Place Saint-Germain-des-Prés tem uma loja bem mais vazia que a da Champs-Élysées. Para chegar lá: metrô Montparnasse  (linhas 4, 6 e 12) ou Saint-Placide (linha 4), o comercio funciona de seg/sáb. – 10/19h.

Para comidinhas e guloseimas

Ao invés da Rue Mouffetard, visite a Rue Daguerre – ambas têm barracas de frutas, verduras e legumes, lojas de queijos, de vinhos, padarias e até rotisserie italiana. Mas como a Rue Daguerre fica mais afastada do centro, numa região não muito turística, ela ainda não foi tomada pelas lojas de souvenirs e está muito mais dedicada à compras de itens de alimentação como frutas, verduras, peixes e queijos. Para chegar lá: metrô Denfert-Rochereau (linhas 4 e 6); o comércio funciona de ter/sáb. – 10/19h e aos dom. 10/15.


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Ao invés do Angelina, delicie-se com as patisseries e chocolates de Jacques Genin – O salão de chá Angelina é uma instituição parisiense, mas infelizmente parece que seu tamanho e quantidade assustadora de clientes a fez perder em qualidade dos produtos e do atendimento; eu não indico a ninguém. Jacques Genin é sem dúvida um dos grandes nomes da patisserie francesa atualmente. E sua loja faz jus à todas as maravilhas que estão expostas nas vitrines. É um desses lugares onde tudo, absolutamente tudo é lindo e desejável: os doces, que são verdadeiras obras-de-arte;  a decoração clean e natural e seus arranjos florais impecáveis; o salão de chá, para degustar seu doce preferido acompanhado de um café ou chocolate quente; e o atendimento cuidadoso. Embora sua loja em Paris tenha pouco mais de 3 anos, o patissier é conhecido há muito tempo por fornecer suas maravilhas para famosos hotéis parisienses. Para chegar lá:  133, Rue de Turenne; ter/dom – 11/19h e até 20h aos sábados; metrô Republique (linhas 2, 5, 8, 9 e 11).

Ao invés da Ladurré, experimente os sabores exóticos dos macarrons de Pierre Hermé – a qualidade dos macarons da Ladurré não se discute; são 150 anos no mercado e sucesso absoluto. Mas Pierre Hermé, que fez escola na Ladurré, deu um passo à frente. Audacioso e inovador, oferece sabores inéditos de macarrons, com ingredientes como azeite de oliva, açafrão, anis e pimenta espelette. Polêmico, acabou conquistando Paris e o mundo: hoje tem lojas no Japão, Inglaterra e Emirados Árabes. Para chegar lá: 72, Rue Bonaparte; metrô Saint-Germain-des-Prés ou Saint-Sulpice (linha 4); seg/dom. 10/19h  – qui/sex. até 19h30 e sáb. até 20h. Tem mais endereços espalhados pela cidade (consulte www.pierreherme.com).


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